Assuao - أسوان - Uma lufada de ar fresco depois do deserto

Considerada a ultima cidade meridional do Egipto, Assuao sempre teve uma situação geográfica privilegiada e desempenha hoje um papel importantissimo a nivel turistico, tal como no passado o desempenhou em todos os períodos da História do Antigo Egipcio. Os mercadores e rotas de escravos de Africa entravam pelo Assuao e o proprio nome da cidade deriva da palavra "mercado". A sua riqueza, no entanto, ficara sempre associada aos granitos vermelhos, quartzo e dioritos que embelezaram um pouco os templos e tumulos do todo o Egipto, para alem das minas de ouro que permitiam a elaboracao de varios artefactos que embelezavam os faraos e os nobres. Hoje, pouco resta do esplendor do passado pois a moderna cidade apresenta um lencol de agua permanente depois da construcao da polemica barragem do Assuao. A primeira barragem data de 1902 e a grande de 1971 e foram, e ainda sao, responsaveis pelas mas relacoes politicas entre o governo do Egipto e do Sudao devido a partilha das aguas do Nilo.
Nas imediacoes do Assuao existem alguns locais de interesse (mesmo debaixo de temperaturas elevadissimas). A nossa primeira escolha recaiu sobre a travessia de ferry local ate a ilha Elephantina. Decidimos explorar esta ilha que alberga hoje uma das maiores comunidades de nubios do Egipto. Este povo, de origem africana, pele escura mas feicoes ocidentais distinguem-se claramente dos restantes egipcios. A ilha tem duas aldeias onde a vida se desenrola ao ritmo solar. A populacao e, na sua maioria, simpatica, embora vejam com desconfianca as maquinas fotograficas. Apesar do Assuao ser muito turistico, a verdade e que fora dos percursos efectuados pelas agencias nao se ve praticamente ninguem. Ai, visitamos o Museu do Assuao e os Templos de Khnum e Salet, nas ruinas de Yebu. Podemos ainda difrutar da vista sobre os Jardins botanicos numa outra ilha em frente. De destacar, neste complexo o interessantissimo Nilometro que se destinava a medir as cheias do Nilo. Hoje, tambem em crise devido a barragem!
Ainda neste dia, regressamos a marginal e apanhamos outro ferry para o Tumulo dos Nobres. Apesar destes lugares serem frequentemente negligenciados pelos circuitos turisticos sao extremamente interessantes para conhecer o Imperio do Antigo Egipto. Neste ultimo podemos ver, inclusive os acessos criados nas rochas para icar as mumias bem como 5 tumulos que estao abertos ao publico com inscricoes e representacoes muito curiosas de cenas da vida quotidiana.
Porque o calor aperta por estas bandas terminamos o nosso primeiro dia, e depois de um passeio de Feluca, no telhado do nosso hostel a tomar banho numa mini-piscina fantastica. Luxos!!!
No segundo dia no Assuao, visitamos Abu Simbel (num tour que saiu as 3.15h da manha) e, depois de uma visita relampago (mas paga) a barragem, o Templo de Philae. Este templo magnifico, presta culto a Isis, e foi, enclusive importantissimo nas peregrinacoes ainda na era crista. Infelizmente, os cristaos picaram grande parte das representacoes egipcias e representaram cruzes de cristo um pouco por todo o edificio. Tal como Abu Simbel, a construcao da barragem colocou este templo em risco e estava praticamente submerso. So uma intervencao da UNESCO, em 1980, permitiu a deslocacao do templo para o local onde esta hoje. O templo compreende varios edificio sendo que o principal e o Templo de Isis. No entanto, outros como o Templo de Hator, o Pavilhao Trajano, o Templo de Augusto ou as Portas de Dioclesiano e de Adriano fazem as nossas delicias. O complexo e muito bonito e a sua localizacao numa ilha concede-lhe ainda mais particularidade.
Dai, visitamos o Obelisco Inacabado que, se tivesse sido terminado seria o maior do Egipto com cerca de 41 m e que poderá pesar cerca de 1.168 toneladas. Um defeito encontrado no granito ditou o seu abandono ainda fixo a rocha-mae.
Terminamos o dia com uma visita de barco a margem oeste do Nilo para, num passeio de camelo conhecer o Mausoleu de Agha Khan (que tem estado fechado há uns anos), e o Mosteiro de São Simão, construído no século XII e que acolheu os monges missionários que converteram alguns dos núbios ao Cristianismo.
Para contemplar o por-do-sol sobre o Nilo nada melhor do que um jantar num restaurante na marginal.

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