Explorando os castelos do deserto jordano

A parte Este da Jordania e praticamente despovoada e poucos sao os beduinos que ainda enfrentam o calor do deserto. Hoje esta area e utilizada apenas pelos camionistas que transportam mercadoria para o Iraque e para a Arabia Saudita. No entanto, no auge da criacao da cultura muculmana, os arabes utilizaram estas terras para construir uma serie de castelos que lhes permitiam defender as rotas de mercadores que vinham do oriente.
Hoje, os castelos estao bastante degradados e os poucos turistas que os visitam nao conseguem fixar a populacao. Alguns beduinos ainda sobrevivem vendendo aqui artesanato e bebidas mas o numero escasso de viajantes que chegam a estas paragens e cada vez menor.
No hostel onde ficamos em Amman, o Cliff Hostel, arranjamos um tour com um casal australiano e fomos visitar os castelos do deserto. Comecamos pelo castelo de Qasr Kharana, uma fortaleza imponente e bem preservada que os arabes edificaram no meio do deserto. Hoje, ao lado passa a estrada que vai para o Iraque e que continua a ser uma importante rota comercial no pais.
A nossa segunda paragem foi no castelo Quasayr Amra cuja arquitectura e estado de preservacao levou a Unesco a declara-lo patrimonio mundial da humanidade. E de facto um bom exemplo de arquitectura arabe mas o seu verdadeiro valor esta nos frescos que ornamentam as paredes do interior. Ja nesse tempo os arabes nao podiam ver as mulheres mas representavam-nas nuas nas paredes e tectos dos castelos! De seguida passamos para o castelo de Qasr Al-Azraq, situado num oasis mas cujo ritmo de bombeamento da agua fossil levou ao esgotamente praticamente todo do aquifero. Hoje ao entrarmos em Azraq ja nao temos a sensacao de entrar num oasis. O deserto estende-se por toda a povoacao e ja sao poucas as palmeiras que resistem com vida. O castelo, no entanto, encontra-se razoavelmente bem preservado mas deve a sua notoriedade ao facto de T.E. Laurence ter aqui pernoitado na sua luta ao lado dos beduinos.
Os dois castelos que se seguiram localizavam-se em Hallabat. O castelo propriamente dito esta encerrado ao publico porque se encontra em obras de restauro. Visitamos apenas o Hammam As-Sarah, um antigo banho publico e uma mesquita tambem em elevado estado de degradacao.
Regressamos depois a Amman deixando para tras o deserto, os beduinos, a estrada que leva ao Iraque e um pouco de cultura arabe normalmente negligencida pelos viajantes.

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