Luxor, margem ocidental

Segundo dia de cruzeiro, dez e meia da noite. Acompanhamos, a partir do terraco do barco, a atracagem em Luxor, antiga Tebas, uma das capitais mais importantes da historia da antiga civilizacao egipcia. Ficamos mesmo em frente ao templo de Luxor! Ja nao estava iluminado, mas notavam-se os contornos das enormes colunas, das paredes da entrada e, a espreitar pelo meio, um obelisco. O programa do dia seguinte prometia... De manha, bem cedo, visitar a margem ocidental de Luxor. Junto ao rio sucedem-se uma aldeia e depois uma area consideravel de campos cultivados, irrigados pela agua do Nilo. Mais a frente, o deserto impera. Surgem montanhas e vales encaixados. Esta area e, provavelmente, uma das areas arqueologicamente mais ricas do Planeta. Em poucos quilometros quadrados amontoam-se tumulos de faraos, rainhas e principes, alem de templos mandados construir por nomes tao sonantes como Ramses II e a rainha farao Hatshepsut. De tarde, o programa ditava que visitassemos a margem ocidental de Luxor, onde se encontra a cidade propriamente dita e as ruinas dos principais templos do auge do Novo Imperio, os templos de Luxor e Karnak. Claro esta que seguir programas previamente estabelecidos nao e um dos pontos fortes dos guias turisticos locais, e o nosso nao foi excepcao! Nos dois dias anteriores tivemos um guia muito simpatico e presente, que acompanhava as nossas visitas com uma explicacao historica que por vezes se aproximava da ficcao mas que revelava um interesse em contextualizar o que se via num panorama mais geral. Desta vez, tivemos menos sorte. Mal vi o guia adivinhei o que viria a seguir. Em todos os sitios por que passamos, tinhamos uma explicacao brevissima e dificil de acompanhar devido ao ingles rudimentar, dentro do autocarro ou a entrada dos monumentos, apos a qual seguiamos sozinhos ja que o referido guia ficava sentado no cafe ou na sombra a nossa espera! E por muito simples que tenha sido essa explicacao era suficiente para as necessidades intectuais dos nossos companheios americanos, que pareciam satisfeitos!
Aparte destes pormenores, comecamos pelos Colossos de Memnon, duas enormes estatuas sentadas parecem guardar a area mas que faziam parte de um complexo funerario que ja nao existe. Apesar de estarem bastante danificadas ainda sao uma visao imponente de um passado glorioso.

Dai, seguimos para o Vale dos Reis, zona que muitos faraos (principalmente do Novo Imperio) escolheram para ultima morada, na esperanca de que a morfologia do terreno dificultasse ao maximo a accao dos salteadores de tumulos, que ja na altura demonstravam bastante interesse arqueologico mas pouco respeito pelo repouso eterno dos seus reis. O bilhete so permite a entrada em tres tumulos com a excepcao dos de Ramses VI e de Tutamkhamon, para os quais e necessario um bilhete extra. O nosso guia sugeriu-nos tres tumulos, todos da linhagem Ramses, mas resolvemos confiar mais nos guias de viagem que nos sugeriam outros pontos altos. Sendo assim, visitamos o tumulo de Tutmosis III, que impressionou mais pela dificuldade de acesso do que pelo seu interior. A seguir tentamos visitar os tumulos de Horemheb e de Amenhotep II mas estavam fechados. Regressamos aos tumulos de Ramses III e IX, os quais exibiam pinturas e baixos relevos bem preservados. Como ja tinhamos esgotado o nosso limite de visitas, tivemos de oferecer uma pequena quantia ao guarda do tumulo de Ramses I para o poder visitar. Estamos a comecar a entrar no esquema deste pais! Por ultimo, decidimos pagar 7 euros para visitar o tumulo de Ramses VI, valendo bem a pena uma vez que este foi aquele que mais nos impressionou pela variedade e beleza da decoracao de paredes e tectos. Infelizmente as fotografias nos tumulos nao sao permitidas.

Depois de uma breve visita a uma fabrica de estatuas, entusiasticamente promovida pelo nosso guia, passamos pelo Vale das Rainhas onde so visitamos dois tumulos, cujo interior nao era comparavel ao dos seus parceiros. E de realcar que a perola deste vale, o tumulo de Nefertari, continua fechado por tempo indeterminado, supostamente em restauro.


Por ultimo, dirigimo-nos ao Templo de Hatshepsut, uma das imagens de marca do Egipto faraonico. Uma das poucas rainhas coroadas como farao, deixou-nos como legado este belissimo monumento, parcialmente incrustado na rocha e que parece ter uma simbiose quase perfeita com a paisagem circundante. Aqui as fotografias ja podem ajudar!

Quando pensavamos que o almoco no barco era o que se seguia, o nosso guia demonstrou muito interesse em que visitassemos um dos templos da margem oriental antes do almoco. Nao fosse a nossa intervencao, o templo escolhido para uma visita relampago teria sido o de Karnak, o maior do Egipto!

Etiquetas: ,